Quando se pensa a arquitetura enquanto uma ferramenta de impacto na vida pública, há um enorme precedente de casos a serem levantados, e sem dúvidas ele inclui a história da aproximação dos arquitetos com o Estado em diversos contextos. De exemplos categóricos, como a formulação do projeto urbanístico e arquitetônico para Brasília, até demonstrações mais contemporâneas das virtudes desse tipo de aproximação, a vocação pública do projeto se mostra em sua forma mais explícita nesse tipo de programa. O desenho de projetos com tal conotação também deve confrontar o fato de que seu cliente não reúne as demandas tradicionais de uma encomenda, mas uma representação dos interesses coletivos e das boas formas de gestão da dimensão pública, o que representa uma grande oportunidade para os profissionais do campo pensarem boas formas de alimentar e reforçar os valores democráticos na sociedade.
Embora o caso mais conhecido e discutido da ligação do Estado com os arquitetos no Brasil seja o exemplo de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer no projeto para a capital federal na década de 1950, outros exemplos sugerem que essa ligação pode se dar em diversas escalas de desenho e ser favorecida ou ignorada nos diversos contextos políticos. Em todo caso, a importância de reiterar a prática arquitetônica à serviço do Estado segue necessária e é fundamental para a compreensão das possibilidades do exercício da profissão e suas contribuições para a coletividade. A seguir, apresentamos um compilado de projetos publicados no ArchDaily Brasil que exemplificam as diferentes facetas que pode assumir tal articulação.